Resumo
Plantas de feijão podem ter seu desenvolvimento estimulado através da associação com bactérias promotoras do crescimento de plantas, como por exemplo as bactérias do gênero Azospirillum, No entanto, a forma de aplicação e a dose de inoculante bacteriano utilizado podem interferir nos resultados. Objetivo do trabalho foi verificar a influência da forma de aplicação, foliar ou na semente, de diferentes doses de Azospirillum, no desenvolvimento do feijão carioca. Foi realizado um experimento em telado, coberto com plástico transparente e no entorno cercado por sombrite, pertencente ao Viveiro da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Sinop. O solo foi coletado do subsolo na reserva de mata da UFMT/ Sinop, (Latossolo Vermelho Escuro Distrófico, camada de 20-40 cm). O solo foi seco ao ar, peneirado em peneira de 4 mm e autoclavado (40 minutos a 121ºAtm). A calagem e adubação foi realizada em função da análise de fertilidade do solo. Foram utilizadas para a semeadura sementes de feijão carioca ANfc9. Os tratamentos foram constituídos por diferentes doses de Azospirillum brasilense (inoculante líquido comercial contendo a estirpe Ab-V5 com concentração 1x108 UFC/mL), sendo as aplicações realizadas sobre as sementes na semeadura e via foliar no estádio vegetativo V3. Sendo constituídos dos seguintes tratamentos: T1 - Inoculação na semente (0 mL/25 kg de semente); T2 - Inoculação via foliar em V3 (0 mL/25 kg de semente); T3 - Inoculação na semente (250 mL/25 kg de semente); T4 - Inoculação via foliar em V3 (250 mL/25 kg de semente); T5 - Inoculação na semente (500 mL/25 kg de semente); T6 - Inoculação via foliar em V3 (500 mL/25 kg de semente ); T7 - Inoculação na semente (750 mL/25 kg de semente); T8 - Inoculação via foliar em V3 (750 mL/25 kg de semente); T9 - Inoculação na semente (1000 mL/25 kg de semente); T10 - Inoculação via foliar em V3 (1000 mL/25 kg de semente). O delineamento experimental foi de blocos casualizados (DBC) com 10 tratamentos e 4 blocos. O teor de clorofila foi avaliado aos 13, 34 e 40 dias após a semeadura. O experimento foi conduzido até o início do período reprodutivo (estádio R5), quando as plantas foram coletas e avaliados: o diâmetro do caule, a altura da planta, o comprimento dos entrenós, a área foliar e o acúmulo de massa seca da parte aérea e da raiz. A forma de aplicação do inoculante não interferiu no desenvolvimento das plantas. A massa seca da parte aérea foi positivamente influenciada pelo aumento da dose de inoculante contendo Azospirillum brasilense aplicado nas plantas de feijão.
Referências
- AGRONORTE. Feijão carioca: ANFC9. Agronorte Pesquisa e sementes. 2024 Disponível em: https://www.agronorte.com.br/Produtos/FeijaoCarioca/12-Anfc_9. Acesso em 28/04/2024.
- BURATTO, JS E MODA-CIRINO, V. Estimativas de parâmetros genéticos de ferro, zinco, magnésio e fósforo em grãos de feijão comum. Comunicata Scientiae , v. 8, n.1,p. 24–31, 2017.
- CARDOSO, E. J. B. N.; ANDREOTE, F.. Microbiologia do solo. 2 ed. Piracicaba: ESALQ, v.1, p. 221, 2016.
- CARNEIRO, J. C. S.; MINIM, V. P. R.; SOUZA JR, M. M.; CARNEIRO, J. E. S.; ARAÚJO, G. A. A. Perfil sensorial e aceitabilidade de cultivares de feijão (Phaseolus vulgaris L.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 25, n. 1, p. 18-24, mar. de 2005.
- CARVALHO, R. H de et al. Crescimento e produção do feijoeiro comum sob coinoculação com Rhizobium, Azospirillum e Bradyrhizobium em condições de campo. Cadernos de Agroecologia, Vol. 13, N° 1, Jul. 2018. Disponível em: https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/1097549/1/Crescimentoeproducaodofeijoeirocomum.pdf. Acesso em: 30 abril 2024.
- CHAVES, M. O.; BASSINELLO, P. Z. 1 O Feijão na Alimentação Humana. Embrapa Arroz e Feijão-Col Criar Plantar ABC 500P/500R Saber (INFOTECA-E), 2014. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/123450/1/p15.pdf. Acesso em: 26 de abril 2024.
- COMISSÃO TÉCNICA SUL-BRASILEIRA DE FEIJÃO. Informações técnicas para o cultivo de feijão na Região Sul brasileira. 2.ed. Florianópolis: Epagri, 2012. 157p.
- CONAB. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO. Acompanhamento da safra brasileira de grãos: Sétimo levantamento, Safra 2023/24. Disponível em: https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos. Acesso: 03 de maio 2024.
- COSTA, E et al. Resposta da soja a inoculação e co-inoculação com bactérias promotoras do crescimento vegetal e Bradyrhizobium. Enciclopédia Biosfera, v. 10, n. 19, 2014. Disponível em: http://www.conhecer.org.br/enciclop/2014b/AGRARIAS/resposta%20da%20soja%20a%20inoculacao.pdf. Acesso em: 22 abril 2024.
- DIDONET, A. D.; SILVA, S. C. Elementos climáticos e produtividade do feijoeiro. Informe Agropecuário, Belo Horizonte (MG), v. 25, n. 223, dez. de 2004.
- EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Coleção 500 perguntas, 500 respostas - Feijão. Brasília (DF), 2014. Disponível em: https://mais500p500r.sct.embrapa.br/view/pdfs/90000030-ebook-pdf.pdf. Acesso em: 23 abril 2024.
- EMBRAPA. Informações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum na Região Central-Brasileira: 2012-2014 / editores Flávia Rabelo Barbosa, Augusto César de Oliveira Gonzaga. - Santo Antônio de Goiás : Embrapa Arroz e Feijão, 2012. 247 p. - (Documentos / Embrapa Arroz e Feijão, ISSN 1678-9644 ; 272). Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/61388/1/seriedocumentos-272.pdf. Acesso em: 23 abril 2024.
- FIORINI et al., Modos de aplicação e doses de inoculação com Azospirillum no desempenho agronômico do milho segunda safra. Revista Agrogeoambiental, Pouso Alegre, v. 12, n. 3, set. 2020.
- GALINDO, F. S. et al. Technical and economic viability of cowpea co-inoculated with Azospirillum brasilense and Bradyrhizobium spp. and nitrogen doses. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 24, p. 304-311, 2020.
- HUNGRIA, M. Azospirillum: UM VELHO NOVO ALIADO. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 32.; REUNIÃO BRASILEIRA SOBBRE MICORRIZAS, 16.; SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 14., REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 11., 2016, Goiânia. Rumo aos novos desafios. Goiânia: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016.
- HUNGRIA, M.; MENDES, I.C; MERCANTE, F.M. Tecnologia de fixação biológica de nitrogênio com o feijoeiro: viabilidade em pequenas propriedades familiares e em propriedades tecnificadas., Embrapa Soja, Londrina - PR 2013
- INCAPER. Informações técnicas para o cultivo do feijoeiro-comum na região central-brasileira: 2009-2011 Vitória, ES: Incaper, 2010. 245 p. (Incaper. Documentos, 191). Disponível em: http://biblioteca.incaper.es.gov.br/digital/bitstream/item/975/1/Livreto-Feijao-AINFO.pdf. Acesso em: 23 abril 2024.
- MARIANO, R. L. R.; SILVEIRA, E.B; ASSIS, S. M. P.; GOMES, A. M. A.; NASCIMENTO, A. R. P.; DONATO, V. M. T. S. Importância de bactérias promotoras de crescimento e de biocontrole de doenças de plantas para uma agricultura sustentável. Anais da Academia Pernambucana de Ciências Agronômicas, v. 1, p. 89-111. 2013
- MARQUEZI, M et al. Physical and chemical properties of starch and flour from different common bean (Phaseolus vulgaris L.) cultivars. Brazilian Journal of Food Technology, v. 19, 2016.
- MATOSO, S. C. G; KUSDRA, J. F. Nodulação e crescimento do feijoeiro em resposta à aplicação de molibdênio e inoculante rizobiano. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande (PB), v. 18, n. 6, p. 567-573, 2014.
- MEIRELES, E. J. L.; PEREIRA, A. R.; SENTELHAS, P. C.; STONE, L. F.; ZIMMERMANN, F. J. P. Risco climático de quebra de produtividade da cultura do feijoeiro em Santo Antônio de Goiás, GO. Bragantia, v. 62, n. 1, p. 163-171, 2003
- MOREIRA et al., Desempenho agronômico do milho em função da inoculação com Azospirillum brasilense e adubação nitrogenada. Rev. Cienc. Agrar., v. 62, 2019.
- MOREIRA, F.M.S.; SILVA,K; NÓBREGA,R.S.A.; CARVALHO,F. Bactérias diazotróficas associativas: diversidade, ecologia e potencial de aplicações. Comunicata Scientae, v.1, n.2, p.74-99, 2010
- MOREIRA, F.M.S.; SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo. Lavras, Editora UFLA, 2a Edição Atual e ampliada. 2006. 729p.
- MORO, M.L. Desempenho de cultivares de feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) sob diferentes manejos de irrigação. Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, Graduação em Agonomia. Universidade Federal de Mato Grosso, 2018. 41f.
- OLIVEIRA JÚNIOR, M. J.; FERREIRA, E. P. B.; KNUPP, A. M.; PEREIRA, H. S.; WENDLAND, A.; MELO, L. C. Inoculação de genótipos de feijão carioca com bactérias diazotróficas. In: SEMINÁRIO JOVENS TALENTOS, 6, 2012, Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2012.
- OLIVEIRA, D. Diferentes temperaturas de água de irrigação na cultura do feijoeiro. Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, Graduação em Agonomia. Universidade Federal de Mato Grosso, 2020.
- PANDOLFO, C. M. et al. Desempenho de milho inoculado com Azospirillum brasilense associado a doses de nitrogênio em cobertura. Agropecuária Catarinense, v17, n3, p.94-99, Florianópolis, 201.
- PEREIRA et al., Adubação nitrogenada de cobertura em associação com a inoculação. Revista Agrogeoambiental, v.15, e20231745, 2023.
- PEREIRA et al., Formas de inoculação de bactérias fixadoras de nitrogênio na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.). TECNO-LÓGICA, Santa Cruz do Sul, v. 26, n. 2, p. 133-138, jul./dez. 2022. Doi: 10.17058/tecnolog.v26i2.16573
- PEREIRA, J. L de.; REZENDE, C. F. A. Fixação biológica de nitrogênio e o desempenho fisiológico do feijão comum. Anais do Simpósio Acadêmico de Agronomia, p. 16-20, 2019.
- RAMOS, A. P. D. S. Estudo de bactérias potencialmente promotoras de crescimento em Citrus sp. 2016. 110 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2016.
- SILVA, E. A.; BARBOSA, E. R.; DA COSTA, C. M.; DA SILVA, G. G., TEODORO, H. L. C.; Cunha, L. T. Ação de fungicidas na fixação biológica do nitrogênio em feijoeiro. Revista Agroveterinária do Sul de Minas, v. 2, n. 1, p. 21-32, 2019.
- SILVA, O.F. da; WANDER, A.E. O feijão-comum no Brasil: passado, presente e futuro. Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2013. 63p. (Embrapa Arroz e Feijão. Documentos, 287).
- SILVEIRA, P.M, Cultivo do feijão: Embrapa Arroz e feijão. 2023. Disponível em: https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/cultivos/feijao/producao/adubacao/clorofilometro. Acesso em 15 abril 2024.
- SOUZA, A. P.; MOTA, L. L.; ZAMADEI, T.; MARTIM, C. C.; ALMEIDA, F. T.; PAULINO, J. Classificação climática e balanço hídrico climatológico no estado de Mato Grosso. Nativa, v.1, p.34-43, 2013.
- TELLES, C. S. Rendimento de grãos do feijão sob diferentes doses de nitrogênio e inoculação de Rhizobium tropici. 2016. 40 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Agronomia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Pato Branco, Pato Branco (PR), 2016.
- VERSARI. L. R. Inoculação de bactérias diazotróficas em feijoeiro comum. Trabalho de Conclusão de Curso-TCC, Graduação em Agonomia. Universidade Federal de Mato Grosso, 2021.
- VIEIRA, C.; PAULA JÚNIOR, T. J.; BORÉM, A. Feijão. 2 ed. Viçosa, MG: UFV, 2013. 600 p.
- VIEIRA, R. F. Ciclo do nitrogênio em sistemas agrícolas 1º ed. Brasília, DF: Embrapa, 2017.