Resumo
O câncer infantil é uma doença que traz intensas mudanças para a criança e sua família, afetando a rotina e gerando sofrimento profundo. Assim, o artigo apresentado tem como objetivo descrever o impacto que o diagnóstico de câncer infantil gera tanto na criança quanto em seus familiares, identificando o comportamento das famílias, as maneiras com que elas lidam com o diagnóstico e relatando o impacto da patologia no cotidiano das famílias. Diferente do câncer em adultos, o câncer infantil geralmente não está ligado aos hábitos de vida, mas envolve células do sistema sanguíneo e tecidos de sustentação, surgindo, em muitos casos, a partir de células embrionárias. Embora as células cancerígenas infantis costumem responder bem ao tratamento, a doença ainda é a principal causa de morte entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (INCA, 2022). Nos estágios iniciais, a criança pode não apresentar sintomas aparentes, o que dificulta o diagnóstico precoce – papel crucial desempenhado pelo pediatra, com uma anamnese detalhada e exame físico cuidadoso. Além dos desafios médicos, o diagnóstico de câncer impõe limitações ao cotidiano da criança e sobrecarrega emocionalmente o cuidador principal, que muitas vezes precisa abandonar o trabalho, enfrentando dificuldades financeiras e problemas de saúde, como pressão alta e depressão. A estrutura familiar, embora abalada, pode se fortalecer nesse processo, com pais buscando formas de garantir o bem-estar da criança. Nesse contexto, enfermeiros têm um papel fundamental ao oferecer suporte e orientação, ajudando a aliviar o fardo emocional e proporcionando acolhimento essencial. Este é um artigo bibliográfico narrativo de cunho exploratório-descritivo. A busca de dados foi realizada no Portal de dados da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), utilizando como dados bibliográficos o Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (Medline), Literatura Latino-Americana em Ciências de Saúde (Lilacs), Base de Dados em Enfermagem - BDENF (BVS, 2020), Scielo e o Google Acadêmico.
Referências
- AMADOR, Daniela Doulavince et al. Repercussões do câncer infantil para o cuidador familiar: revisão integrativa. Revista brasileira de enfermagem, v. 66, p. 267-270, 2013.
- Benedetti, G. M. D. S., Garanhani, M. L., & Sales, C. A. (2014). O tratamento do câncer infantojuvenil: desvelando as vivências dos pais. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 22, 425-431.
- BORGES, A.A; DE LIMA, R.A.G; DUPAS, G. Segredos e verdades no processo comunicacional da família com a criança com câncer. Revista Esc Anna Nery, São Paulo, v.20, n.4, 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ean/a/RQnhKhGBZSxTX36pdnbBdqn/?format=pdf&lang=en. Acesso em: 19 mar. 2024.
- BRASIL. Instituto Nacional do Câncer (INCA). Câncer Infantojuvenil. Disponível Caprini, F. R., & Motta, A. B. (2017).
- Câncer infantil: uma análise do impacto do diagnóstico. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 19(2), 164-186.
- CARDOSO, Flávia Tanes. C NCER INFANTIL: ASPECTOS EMOCONAIS E ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, v. 10, n. 1, p. 25-52, 2007. CARMO, R. I. S. D., & SOUZA, C. D. A. FAMÍLIA CONVIVENDO COM A CRIANÇA ACOMETIDA PELO C NCER DE MEDULA ÓSSEA: O STRESS FÍSICO, PSÍQUICO E EMOCIONAL. DA SILVA, Patrick Leonardo Nogueira et al. Câncer infantil: vivências de crianças em tratamento oncológico. Enfermagem em Foco, v. 7, n. 3/4, p. 51-55, 2016. file:///C:/Users/florencep/Downloads/916-2481-1-SM.PDF https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/infantojuvenil
- DE CASTRO, Ewerton Helder Bentes. A experiência do câncer infantil: repercussões familiares, pessoais e sociais. Revista Subjetividades, v. 10, n. 3, p. 971-994, 2010.
- DEL PINO, Camila; PEREIRA, Vinicius Tonollier. Ludoterapia durante o tratamento contra o câncer infantil: revisão integrativa de literatura. Revista Psicologia em foco, v. 9, n. 14, p. 26-44, 2017.
- Di Primio, A. O., Schwartz, E., Bielemann, V. D. L. M., Burille, A., Zillmer, J. G. V., & Feijó, A. M. (2010). Rede social e vínculos apoiadores das famílias de crianças com câncer. Texto & Contexto-Enfermagem, 19, 334-342. em: https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/infantojuvenil. Acesso em: 18 mar. 2024.
- De Siqueira, H. C. H., Bick, M. A., Sampaio, A. D., de Medeiros, A. C., de Siqueira Bento, A., & Severo, D. F. (2019). Repercussões do câncer infantil no ambiente familiar. Revista Renome, 8(1), 20-29. Disponivel em: https://www.periodicos.unimontes.br/index.php/renome/article/view/2250/2319 . Acesso em Março 2024
- Fermo, V. C., Lourençatto, G. N., Medeiros, T. D. S., Anders, J. C., & Souza, A. I. J. D. GUIMARÃES, C.A; ENUMO, S.R.F. Impacto familiar nas diferentes fases da leucemia infantil. Revista Psicologia: Teoria e Prática, São Paulo - SP, v. 17, n.3, p. 66-78, 2015. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v17n3/06.pdf. Acesso em: 20 mar. 2024.
- Guimarães, R. D. C. R., Gonçalves, R. P. F., de Almeida Lima, C., Torres, M. R., & de Oliveira, C. S. (2015). Ações de enfermagem frente às reações a quimioterápicos em pacientes oncológicos. Revista de pesquisa cuidado é fundamental online, 7(2), 2440-2452. https://revistas.udes.edu.co/cuidarte/article/view/570/1049. Acesso em: 19 mar. 2024.
- O diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil: o caminho percorrido pelas famílias. Escola Anna Nery, 18, 54-59. ABC do câncer: abordagens básicas para o controle do câncer / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva; organização Mario Jorge Sobreira da Silva. – 4. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: Inca, 2018. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/livro-abc-4-edicao.pdf
- Kusch, M., Labouvie, H., Ladisch, V., Fleischhack, G., & Bode, U. (2000). Structuring psychosocial care in pediatric oncology. Patient Education and Counseling, 40(3), 231-245.
- PARO, Daniela; PARO, Juliana; FERREIRA, Daise LM. O enfermeiro e o cuidar em oncologia pediátrica. Arq Ciênc Saúde, v. 12, n. 3, p. 151-7, 2005.
- Patenaude, A. F., & Kupst, M. J. (2005). Psychosocial functioning in pediatric cancer. Journal of pediatric psychology, 30(1), 9-27.
- Paula DPS, Silva GRC, Andrade JMO, Paraiso AF. Câncer infantojuvenil do âmbito familiar: percepções e experiências frente ao diagnóstico. Revista Cuidarte, v.10, n. 1, 2019.
- RODRIGUES, Karla Emilia; CAMARGO, Beatriz de. Diagnóstico precoce do câncer infantil: responsabilidade de todos. Revista da Associação Médica Brasileira, v. 49, p. 29-34, 2003.
- Silva, S. V., Loureiro, J. M., Moreiro, P. L., & Alves, A. L. M. (2004). Leucemia infantil. São Paulo. Siqueira HCH, Bick MA, Sampaio AD, Medeiros AC, Bento AS, Severo DF. Repercussões do câncer infantil no ambiente familiar. Rev Norte Mineira de enferm. 2019; 8(1):20-29.