Resumo
A Doença Renal Crônica (DRC) é considerada um problema de saúde pública e é responsável por 60% das mortes no mundo, afetando aproximadamente 35% da população mundial. Em decorrência de sua gravidade, ela pode restringir a realização das atividades diárias e alterar significativamente a qualidade de vida dos pacientes renais crônicos. O presente trabalho objetiva avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes com DRC em tratamento hemodialítico no Norte de Mato Grosso. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de abordagem quantitativa, envolveu 30 pacientes renais crônicos em tratamento hemodialítico que responderam entrevista semi-estruturada de perfil sociodemográfico e questionário Kidney Diseases Quality of Life - SF (KDQOL-SF), no segundo semestre de 2016. Os dados foram tabulados e analisados por estatística descritiva. Os resultados obtidos demonstraram que as principais dimensões da qualidade de vida alteradas foram aspectos físicos (escore médio de 44,16), fardo da doença renal (escore médio de 36,54) e status de trabalho (escore médio de 15), ficando todas com a média dos escores abaixo de 50. Em contrapartida, os entrevistados apresentaram escores médios elevados (entre o terceiro e quarto quartil do gráfico) para os domínios de saúde mental (73,72), aspectos sociais (72,5), dor (71,33), capacidade functional (68,16) e vitalidade (64,41). Além disso, ao avaliar, de modo geral, as áreas específicas da DRC que podem ser afetadas no paciente em hemodiálise, os dados mostraram que 9 dos 11 domínios avaliados apresentaram média dos escores nos quartis superiores (terceiro e quarto), o que indica que a maioria das dimensões avaliadas nestes pacientes foram satisfatórias e podem contribuir para uma melhor qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). Destaca-se que o domínio de encorajamento pela equipe apresentou escore médio bastante satisfatório, 90,41. Juntos estes resultados contribuem para o avanço do conhecimento científico ao apontar os fatores potencialmente modificáveis, que diminuem a QVRS. Deste modo, sugere-se que por mais difícil que seja lidar com uma doença crônica e seu tratamento, quando o paciente tem apoio social, atendimento de qualidade e relacionamento satisfatório com a equipe multiprofissional, há uma melhora do enfrentamento da doença e consequente melhora na qualidade de vida para o paciente renal crônico em hemodiálise. Por fim, os dados deste recorte populacional reforçam a importância da equipe de saúde avaliar continuamente os fatores envolvidos na QV destes pacientes para que possam criar estratégias de enfrentamento junto ao paciente, na tentativa de melhorar a capacidade física e laboral destes indivíduos e assim tornar o fardo da DRC e hemodiálise mais leve.
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