Análise de custo-benefício do uso de extrato hipofisário de carpa e de análogos de GnRH na desova induzida de tambaqui Colossoma macropomum

Resumo

Na piscicultura, algumas espécies não desovam em condições de cultivo devido à falta de estímulos naturais essenciais para a maturação final dos gametas e a ovulação. Nesse caso, são necessários tratamentos com hormônios exógenos para a obtenção de larvas, que então mantêm toda a cadeia produtiva. Atualmente, a produção de larvas de tambaqui baseia-se na administração de extrato hipofisário de carpa (EHC), que é um produto biológico eficiente, porém sem identificação e quantificação dos bioativos nele presentes, além de representar um possível veiculador de doenças provenientes do peixe doador (carpa) ao tambaqui. Todavia, existem no mercado hormônios sintéticos (análogos de GnRH) capazes de induzir a reprodução do tambaqui em cativeiro e, que já foram testados para esse fim, com bons resultados. No entanto, ainda falta a análise do custo-benefício do uso dessas substâncias na reprodução induzida de peixes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o custo-benefício do uso de hormônios sintéticos comerciais análogos ao GnRH em relação ao EHC. Para isso, 28 fêmeas foram induzidas com gonadorelina (Profertil®), acetato de buserelina (Sincroforte®), análogo de GnRH de salmão - sGnRHa (Ovaprim®) e EHC (n = 7/tratamento). Foram avaliados o custo da dose por quilo de peso vivo (PV) e a resposta de desova a cada tratamento hormonal, considerando taxa de desova, fecundidade relativa, taxa de fertilização e taxa de eclosão. O sGnRHa foi o tratamento mais oneroso na produção de larvas eclodidas, seguido pela gonadorelina e EHC, enquanto a buserelina apresentou um custo até 90% inferior aos demais produtos.