Ir para o conteúdo principal Ir para o menu de navegação principal Ir para o rodapé
Ciências da Saúde
Publicado: 2023-10-31

Análise epidemiológica dos óbitos por doença inflamatória dos órgãos pélvicos femininos no Brasil entre 2013 e 2022

Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz
Centro Universitário da Fundação Assis Gurgacz
Saúde da Mulher Ginecologia Saúde Pública

Resumo

A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma síndrome que afeta predominantemente mulheres em idade reprodutiva, pode causar dor pélvica crônica e infertilidade. O objetivo do presente estudo foi fazer um levantamento epidemiológico dos óbitos por DIP notificados no Brasil. Estudo ecológico, de série temporal, de abordagem quantitativa e de natureza descritiva com dados do DATASUS entre 2013 e 2022. Foram coletadas as variáveis: etnia, faixa etária, local do óbito, estado da ocorrência e causa segundo a CID (N70 a N77). Durante o período estudado 2163 mulheres morreram decorrente de algum tipo de DIP. A maioria (51,2%) possuía entre 50 e 79 anos. O ambiente hospitalar foi onde ocorreram 90,8% dos casos. Com relação à cor da pele, mulheres brancas foram as mais afetadas (46,4%). Houve registro em todos os estados brasileiros, sendo que 16 deles apresentaram um resultado crescente. A taxa de mortalidade por DIP no país foi de 1,06 óbitos cem mil habitantes no Brasil e em 10 estados a taxa foi superior a nacional. Com relação à causa, os dados revelaram que o maior número de óbitos (853) se deu pela “N73 - Outras Doenças Inflamatórias Pélvicas Femininas”, a qual representou 39,5% do total. Foi possível notar que 77,4% dos óbitos foram notificados em CID cujo nome inclui a palavra “outro” ou “não especificada” o que remete preocupação quanto ao correto diagnóstico empregado.

Referências

  1. APOSTOLOU, A., CHAPMAN, C., PERSON, M., KEISEL, K., MCCOLLUM, J. Trends in pelvic inflammatory disease among American Indian and Alaska Native women, Indian Health Service 2001–2015. Am J Public Health, v.108, p.1558–1565, 2018.
  2. https://doi.org/10.2105%2FAJPH.2018.304676
  3. BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST, Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 211 p.
  4. DARVILLE, T. Pelvic inflammatory disease due to Neisseria gonorrhoeae and Chlamydia trachomatis: immune evasion mechanisms and pathogenic disease pathways. J Infect Dis, v.16, n.224, p.39-46, 2021. https://dx.doi.org/10.1093/infdis/jiab031
  5. FREITAS, M.S., OLIVEIRA, N.B.B., NOGUEIRA, V.D., BRASIL, C.A., GARCIA, L.S., RAMOS, F.G.A., & FIGUEIREDO, M.B.M. Mortalidade por abdome agudo por causas ginecológicas em mulheres em idade fértil e o IDH das regiões brasileiras (2010-2019): um estudo ecológico. Pubsaúde, v. 13, p. a420, 2023.
  6. https://dx.doi.org/10.31533/pubsaude13.a420
  7. GAMBERINI, C., JULIANA, N.C.A., DE BROUWER, L., VOGELSANG, D., AL-NASIRY, S., MORRÉ, S.A., AMBROSINO, E. The association between adverse pregnancy outcomes and non-viral genital pathogens among women living in sub-Saharan Africa: a systematic review. Front Reprod Health, v.7, n.5, p.1107931, 2023.
  8. https://dx.doi.org/10.3389/frph.2023.1107931
  9. GNANADURAI, R., FIFER, H. Mycoplasma genitalium: A Review. Microbiology (Reading), v.166, n.1, p.21-29, 2020.
  10. https://dx.doi.org/10.1099/mic.0.000830
  11. GOMES, S. C., GUIMARÃES, A., BUSETTI, I. C., FANHANI DOS SANTOS, M. S., WEIZEMANN, L. P., HOFFMANN CHEFFER, M. Pré-natal tardio: motivos e intervenções de enfrentamento na Atenção Primária à Saúde. Scientific Electronic Archives, v. 16, n. 6, 2023.
  12. https://dx.doi.org/10.36560/16620231727
  13. HAGGERTY, C.L., NESS, R.B., TOTTEN, P.A. Presence and concentrations of select bacterial vaginosis-associated bacteria are associated with increased risk of pelvic inflammatory disease. Sex Transm Dis, v.47, p.344–6, 2020.
  14. https://doi.org/10.1097/olq.0000000000001164
  15. HILLIER, S.L., BERNSTEIN, K.T., ARAL, S. A Review of the Challenges and Complexities in the Diagnosis, Etiology, Epidemiology, and Pathogenesis of Pelvic Inflammatory Disease. J Infect Dis, v.16, n.224, p.23-28, 2021.
  16. https://dx.doi.org/10.1093/infdis/jiab116
  17. HOFFMANN CHEFFER, M., GARCIA RIBEIRO, C., FERRARI DOS SANTOS, A. C., DE OLIVEIRA CALDEIRA, L., PEROTONI KARAS, G., FANHANI DOS SANTOS, M. S., BUSETTI, I. C., FERNANDES DA SILVA, G., BRAMATTI SILVA RAZINI OLIVEIRA, R., WEIZEMANN, L. P. Mortalidade por câncer de colo de útero no Brasil no período de 2010 a 2019. Scientific Electronic Archives, v. 15, n. 8, 2022.
  18. https://dx.doi.org/10.36560/15820221578
  19. HORNER, P., FLANAGAN, H., HORNE, A.W. Is there a hidden burden of disease as a result of epigenetic epithelial-to-mesenchymal transition following Chlamydia trachomatis infection? J Infect Dis, v. 224, p.128–136, 2021.
  20. https://doi.org/10.1093/infdis/jiab088
  21. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Panorama das cidades brasileiras. Acessado em Julho de 2023.
  22. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pr/panorama
  23. KARANJA-CHEGE, C.M. HPV Vaccination in Kenya: The Challenges Faced and Strategies to Increase Uptake. Front Public Health, v.21, n.10, p.802947, 2022.
  24. https://dx.doi.org/10.3389/fpubh.2022.802947
  25. KREISEL, K., LLATA, E., HAERXHANAJ, L. The burden and trends in pelvic inflammatory disease is the United States, 2006–2016. J Infect Dis, v. 224, p.103–112, 2021.
  26. https://doi.org/10.1093/infdis/jiaa771
  27. LAKATOS, E.M., MARCONI, M.A. Fundamentos de metodologia científica. 9ª Ed. Editora Atlas, 2021.
  28. LINARTEVICHI, V. F., BAGGIO, G. C., KUTZ, D. A. S., SILVA, M. A. M. da., MADUREIRA, E. M. P. Challenges for health professionals in caring for indigenous peoples in Brazil – a review. Research, Society and Development, v. 11, n. 16, p. e303111638156, 2022.
  29. https://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38156
  30. MARCINKOWSKI, K.A., MEHTA, V., MERCIER, R., BERGHELLA, V. Pelvic inflammatory disease in pregnancy: a systematic review focusing on perinatal outcomes. Am J Obstet Gynecol MFM, v.4, n.4, p.100643, 2022.
  31. https://dx.doi.org/10.1016/j.ajogmf.2022.100643
  32. MELKIE, A., DAGNEW, E. Burden of puerperal sepsis and its associated factors in Ethiopia: a systematic review and meta-analysis. Arch Public Health, v.79, n.1, p.216, 2021.
  33. https://dx.doi.org/10.1186/s13690-021-00732-y
  34. MENEZES, M.L.B., GIRALDO, P.C., LINHARES, I.M., BOLDRINI, N.A.T., ARAGÓN, M.G. Protocolo Brasileiro para Infecções Sexualmente Transmissíveis 2020: doença inflamatória pélvica. Epidemiol Serv Saúde, v. 30, s.1, p.e2020602, 2021.
  35. https://doi.org/10.1590/S1679-4974202100011.esp1
  36. OKAZAKI, Y., TSUJIMOTO, Y., YAMADA, K., ARIIE, T., TAITO, S., BANNO, M., KATAOKA, Y., TSUKIZAWA, Y. Diagnostic accuracy of pelvic imaging for acute pelvic inflammatory disease in an emergency care setting: a systematic review and meta-analysis. Acute Med Surg, v.9, n.1, p.e806, 2022.
  37. https://dx.doi.org/10.1002/ams2.806
  38. SATURNINO, A. de F. R., FERREIRA, A. J. S., BRÁZ, A. A. de S., MARTINS, D. de O., BARBOSA, L. N., FONSECA, I. F., DE PAULA, M. G., RESENDE, F. A. O papanicolau como exame de rastreio do câncer de colo de útero e suas implicações na pandemia. Scientific Electronic Archives, v. 16, n. 9, 2023.
  39. https://dx.doi.org/10.36560/16920231730
  40. SILVA, N. B. da, ALESSIO JUNIOR, L. E., TERRA, L. S., LOPES, J. A. S., BRAZ, K. N. D. S., ASSUNÇÃO, G. S. A., SOARES, E. A., ALESSIO, A. M. Comparison of epidemiological profile of leprosy from 2010 to 2020 in the city of Alfenas, state of Minas Gerais, with Brazil. Scientific Electronic Archives, v. 16, n. 10, 2023.
  41. https://dx.doi.org/10.36560/161020231790
  42. SOUZA, C. A. D. de, ANDRADE, I. S., CAVALCANTE, K. M. H. Mortalidade em neonatos residentes no município de Lagarto, nordeste do Brasil. Scientific Electronic Archives, v. 14, n. 6, 2021.
  43. https://dx.doi.org/10.36560/14620211307
  44. TURPIN, R., TUDDENHAM, S., KLEBANOFF, M., GHANEM, K., BROTMAN, R. Bacterial vaginosis and behavioral factors associated with incident pelvic inflammatory disease in the longitudinal study of vaginal flora. J Infect Dis, v.224, p.137–144, 2021.
  45. https://doi.org/10.1093/infdis/jiab103
  46. VETTORAZZI, J., VALÉRIO, E. G., ZANATTA, M. A., SCHEFFLER, M. H., COSTA, S. H. D. A. M., & RAMOS, J. G. L. Evolução temporal da mortalidade materna: 1980-2019. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v. 43, p. 662-668, 2021.
  47. https://doi.org/10.1055/s-0041-1735300
  48. VILLELA, D. A. M., & GOMES, M. F. D. C. O impacto da disponibilidade de dados e informação oportuna para a vigilância epidemiológica. Cad. Saúde Pública, v. 38, p. e00115122, 2022.
  49. https://doi.org/10.1590/0102-311XPT115122
  50. XU, S.X., GRAY-OWEN, S.D. Gonococcal Pelvic Inflammatory Disease: Placing Mechanistic Insights Into the Context of Clinical and Epidemiological Observations. J Infect Dis, v. 224, n.12, s.2, p.56-63, 2021.
  51. https://dx.doi.org/10.1093/infdis/jiab227
  52. WHELAN, J., EEUWIJK, J., BUNGE, E., BECK, E. Systematic Literature Review and Quantitative Analysis of Health Problems Associated with Sexually Transmitted Neisseria gonorrhoeae Infection. Infect Dis Ther, v.10, n.4, p.1887-1905, 2021.
  53. https://dx.doi.org/10.1007/s40121-021-00481-z
  54. WIESENFELD, H.C., MEYN, L.A., DARVILLE, T., MACIO, I.S., HILLIER, S.L. A randomized controlled trial of ceftriaxone and doxycycline, with or without metronidazole, for the treatment of acute pelvic inflammatory disease. Clin Infect Dis, v.72, n.7, p.1181–1189, 2020.
  55. https://doi.org/10.1093/cid/ciaa101

Como Citar

Maciel, A. C. A., Batista, A. L. ., & Rymsza, T. . (2023). Análise epidemiológica dos óbitos por doença inflamatória dos órgãos pélvicos femininos no Brasil entre 2013 e 2022. Scientific Electronic Archives, 16(11). https://doi.org/10.36560/161120231856