Resumo
Os incêndios florestais são um problema recorrente no Brasil, responsáveis por impactos ambientais negativos à biodiversidade, especialmente à fauna e à flora. Diante do exposto, elaboramos, neste trabalho, um mapa de risco de incêndios florestais para o Parque Natural Municipal de Sinop, Mato Grosso a partir de técnicas de geoprocessamento. Foram utilizados dados meteorológicos (precipitação, temperatura e umidade relativa do ar), imagens de satélites georreferenciadas e um modelo digital de elevação. Para o geoprocessamento dos dados geográficos, utilizamos o software de geoprocessamento QGIS. As variáveis estudadas foram: material combustível, rede viária, declividade e condições climáticas. Posteriormente, geramos um mapa de cada variável analisada e classificamos as áreas de risco de incêndios em muito baixo, baixo, moderado, alto e extremo. Geramos o mapa de risco final por meio da somatória dos mapas de cada variável. Nossos resultados indicam que existe maior risco de incêndios devido os materiais combustíveis. Consideramos as áreas próximas da rede viária e com presença de materiais combustíveis com maior potencial de ignição e sob risco. Por outro lado, a declividade apresentou baixa influência na ocorrência de incêndios na área. As variáveis meteorológicas indicam que a suscetibilidade da região aos incêndios florestais é devido ao déficit de chuvas e à baixa umidade relativa do ar na época de estiagem. Os resultados comprovam a eficiência da utilização de geotecnologias na prevenção dos incêndios florestais, pois concluímos que o mapeamento das áreas susceptíveis a ocorrências de incêndios florestais contribui para a preservação da biodiversidade local e colabora com informações importantes.
Referências
- ARAGÃO, L. E. O. C.; JUNIOR, C. H. L. S.; JOS, B.; YADVINDER, M. 21st Century drought-related fires counteract the decline of Amazon deforestation carbon emissions. Nature communications, v. 9, n. 1, p. 6, 2018.
- ALASKA SATELLITE FACILITY. Modelo Digital de Elevação ALOS PALSAR. Disponível em: <https://search.asf.alaska.edu/#/>. Acesso em: 10 de fev. 2019.
- ALVARES, C. A. et al. Köppen’s climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p. 711-728, 2013. DOI 10.1127/0941-2948/2013/0507.
- ANDRADE, C. F. Uso de fotografias aéreas não convencionais e SIG na elaboração de mapas de risco de incêndios florestais. Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de abril a 05 de mai. 2011.
- BATISTELA, M. O geoprocessamento a serviço da ecologia no NMA/EMBRAPA. In: CONGRESSO E FEIRA PARA USUÁRIOS DE GEOPROCESSAMENTO, 10., 1996, Curitiba, PR. Anais... Curitiba: Centro de Convenções de Curitiba: O poder da geoinformação, 1996.
- BATISTA, A. C. Detecção de incêndios florestais por satélites. Floresta 34 (2), Mai/Ago, 2004, 237-241, Curitiba, PR.
- BRASIL. LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Brasília, DF, mar. 2000.
- CANTARELLI, J. R. Aplicação de técnicas de geoprocessamento na delimitação e avaliação da qualidade ambiental das Áreas de Preservação Permanente (APPs) no entorno do Campus do Vale da UFRGS. Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado do Programa de Pó-Graduação de Geomática, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial par obtenção do grau de Mestre em Geomática, Santa Maria, RS, 2011.
- FIDELIS, A.; PIVELLO, V. R. Deve-se Usar o Fogo como Instrumento de Manejo no Cerrado e Campos Sulinos? Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2011.
- GALBERTO, C. G.; MORAIS, I. L. Incêndios em vegetação e impactos ambientais entre 2012 e 2016. In: XVIII SIMPOSIO DE BIOLOGIA, 9., 2016, Quirinópolis, GO. Anais... Quirinópolis: Universidade Estadual de Goiás – UEG, 2016.
- IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileira. Rio de Janeiro, 2012. 83p.
- INPE. Banco de Dados de queimadas. Disponível em: <http://queimadas.dgi.inpe.br/queimadas/portal>. Acesso em: 17 de jan. 2019.
- JORDAIM. COMPORTAMENTO DO FOGO SOB DIFERENTES DECLIVIDADES, EM COMBUSTÍVEIS PROVENIENTES DE UM POVOAMENTO DE Eucalyptus grandis. Monografia apresentada ao departamento de Ciências Florestais e da Madeira (Título de Engenheiro Florestal) Curso de graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Espírito Santo. Jerônimo Monteiro, 2015.
- LAND VIEWER - EARTH OBSERVING SYSTEM. Sentinel-2a. Disponível em: < https://eos.com/landviewer/?lat=-11.85810&lng=-55.50560&z=11>. Acesso em: 05 de fev. 2019.
- MECHI, A.; SANCHES, D. L. Impactos ambientais da mineração no Estado de São Paulo. Estudos avançados, São Paulo, vol. 24, n. 68, p. 212, 2010.
- MEDEIROS, M. B. de.; FIEDLER, N. C. INCÊNDIOS FLORESTAIS NO PARQUE NACIONAL DA SERRA DA CANASTRA: DESAFIOS PARA A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 14, n. 2, p. 157-168, 2004.
- NUNES, J. R. S. FMA+ - Um Novo Índice de Perigo de Incêndios Florestais para o Estado do Paraná – Brasil. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal) – Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná – UFPR. Curitiba, 2005.
- OLIVEIRA, A. L. Comparação e validação da modelagem espacial de riscos de incêndios considerando diferentes métodos de predição. Bull. Geod. Sci, Articles Section, Curitiba, v. 23, nº4, p.574, out. 2017.
- OLIVEIRA, H. A. Uso do sig (sistemas de informação geográfica) como ferramenta de apoio ao gerenciamento de riscos ambientais e tomada de decisão, nos complexos florestais de papel e celulose. 1999. Dissertação (Mestre em Engenharia, Especialidade Engenharia de Produção) – Universidade Federal de Santa Catariana - UFSC, Florianópolis, 1999.
- OLIVEIRA, Marcus Vinícius Noronha De. Avaliação e Simulação do Comportamento do Fogo no Refúgio da Vida Silvestre Mata do Junco, Sergipe, Brasil. 2016. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE, [S. l.], 2016.
- PEREIRA, J. F. Variação da umidade dos combustíveis florestais em função dos índices de perigo de incêndios FMA e FMA+ em um povoamento de Pinus elliottii no município de Rio Negro-PR. 2009. Dissertação (Mestre em Ciências Florestais, Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná. – UFPR, Curitiba, 2009.
- PIROLI, E. L. Introdução ao geoprocessamento. Ourinhos: [s.n], 2010.
- RIBEIRO, L.; KOPROSKI, L. P.; STOLLE, L.; LINGNAU, C. Zoneamento de riscos de incêndios florestais para a fazenda experimental do canguiri, pinhais – PR. Floresta, Curitiba, PR, v.38, n. 3, p. 561, 2008.
- RIBEIRO, L. et al. Mapeamento do risco de incêndios florestais no município de Novo Mundo, Mato Grosso, Brasil. CERNE vol. 18 n°1 Lavras Jan./Mar. 2012.
- RIBEIRO, L. et al. Percepção e uso do fogo por produtores rurais do município de Novo Mundo, Amazônia Mato-grossense, Brasil. In: SIMPÓSIO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS, 5., 2008, Brasília. Anais... Brasília, 2008. p. 9. [ Links ]
- RIBEIRO, L.; SOARES, R. V.; BEPLLER, M. Mapeamento do risco de incêndios florestais no município de Novo Mundo, Mato Grosso do Sul, Brasil. Cerne, Lavras, v. 18, n. 1, p. 117-126, jan./mar. 2012.
- RODRIGUES, E. L. et al. Avaliação da cobertura vegetal por meio dos índices de vegetação SR, NDVI, SAVI e EVI na sub-bacia do Vale do Rio Itapecerica, Alto São Francisco, em Minas Gerais. In: XVI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR, Foz do Iguaçu, PR. Anais... Brasil, 13 a 18 de abril de 2013, INPE.
- ROUSE, J. W., R. H. et al. Monitoring the vernal advancement of retrogradation of natural vegetation. Final Report, Type III, NASA/GSFC, Greenbelt, MD, 371 pp, 1973.
- SANTOS, A. C. Efeitos de diferentes regimes de queima sobre o estrato herbáceo-subarbustivo da vegetação em áreas de Manejo Integrado do Fogo no Cerrado. Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Ecologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Brasília, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ecologia. Brasília, 2019.
- SANTOS JUNIOR, V. J.; LIMA, E. P.; PRADO, R. B. Mapeamento de áreas suscetíveis a ocorrência de incêndios no parque estadual da lapa grande em montes claros-mg, com o uso de sistema de informação geográfica. In: IV CONGRESSO BRASILEIRO DE REFLORESTAMENTO AMBIENTAL – CBRA, 10., 2016, Rio de Janeiro, RJ. Anais... Rio de Janeiro: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro – CREA-RJ, 2016.
- SANTOS, L. F. M. SIG e álgebra de mapas na elaboração de um mapa de potencial de erosão em áreas. 2011. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Estadual Paulista – UNESP, Guaratinguetá, 2011.
- SOARES, R. V. Incêndios Florestais - Controle e Uso do Fogo. Curitiba: FUPEF, 213 p, 1985.
- SOARES, R. V.; BATISTA, A. C. Incêndios florestais: controle, efeitos e uso do fogo. Curitiba: [s.n], 2007.
- TORRES, F. T. P. Relações entre fatores climáticos e ocorrências de incêndios florestais na cidade de juiz de fora (mg). Caminhos da geografia, Juiz de Fora, MG, 2006.
- TORRES, F. T. P. et al. Mapeamento da suscetibilidade a ocorrências de incêndios em vegetação na área urbana de ubá-mg. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.38, n.5, p.811-817, 2014.
- TORRES, F. T. P.; LIMA, G. S.; COSTA, A. G.; FÉLIX, G. A.; JÚNIOR, M. R. S. Perfil dos incêndios florestais em unidades de conservação brasileiras no período de 2008 a 2012. Floresta, Curitiba, PR, v. 46, n. 4, p. 531 - 542, 2016.
- TORRES, F. T. P.; ROQUE, M. P. B.; LIMA, G. S.; MARTINS, S. V.; FARIA, A. L. L. Mapeamento do risco de incêndios florestais utilizando técnicas de geoprocessamento. Floresta e Ambiente, Viçosa, MG, v. 24, p. 2 – 5, 2017.
- VASCONCELOS, D. Zoneamento de risco a incêndios florestais com uso do Sensoriamento Remoto: aplicação na Mata do Krambeck e arredores, Juiz de Fora – MG. 2013. Dissertação (Mestre em Ecologia) – Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, Juiz de Fora, 2013.
- WHITE, B. L. A. et al. Caracterização do material combustível superficial no parque nacional serra de itabaiana – sergipe, brasil. Ci. Fl., v. 24, n. 3, jul.-set. 2014.
- BATISTA, Antônio Carlos. Mapas de risco: uma alternativa para planejamento de controle de incêndios florestais. Revista Floresta 30 (½): 45-54. Curitiba. 2000.
- FIEDLER, N.C.; SILVA, J.C.; SANTIAGO, J.; MEDEIROS, M.B. Combate aos incêndios florestais. In: Revista Comunicações Técnicas Florestais, v.1, n.2. Brasília. 2000.