Resumo
O crescimento contínuo da população global tem aumentado a demanda por alimentos que atendam a rigorosos padrões de qualidade sanitária, assegurando a ausência de microrganismos patogênicos. Ao mesmo tempo, a intensificação da globalização tem moldado as preferências alimentares, fazendo com que as pessoas busquem soluções práticas para suas refeições diárias. Nesse cenário, os alimentos minimamente processados surgem como opções saudáveis e convenientes, prontamente disponíveis nas prateleiras dos supermercados, com destaque para hortaliças e tubérculos prontos para o consumo. Para garantir a segurança desses alimentos, é crucial adotar medidas rigorosas para reduzir a presença e disseminação de microrganismos patogênicos. Isso inclui desde a seleção rigorosa de matérias-primas até a adoção de práticas de higiene durante o processamento e armazenamento, além da implementação de um sistema eficaz de controle de qualidade. De acordo com a legislação brasileira, para que esses alimentos sejam considerados seguros para o consumo, é necessário que tubérculos e hortaliças não apresentem contaminação por Salmonella spp. em 25 g de amostra. Assim, a fim de minimizar os riscos associados à oferta de alimentos prejudiciais à saúde humana, objetiva-se com este estudo verificar a presença dessa bactéria em 16 amostras de alimentos adquiridos em supermercados de Sinop, Mato Grosso, identificando se esses alimentos estão próprios ou impróprios para o consumo. Dentre as amostras analisadas, em 7 (43,75%) foram detectadas a presença de Salmonella, tornando esses alimentos impróprios para o consumo humano e representando um risco significativo à saúde pública, uma vez que essa bactéria é reconhecida como um agente patogênico relevante nas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA). Com base nos resultados obtidos, é crucial recomendar ações de vigilância sanitária e a implementação rigorosa de Boas Práticas de Fabricação em todo o processo de elaboração desses alimentos minimamente processados, não apenas para mitigar os riscos à saúde pública, mas também para fortalecer a confiança dos consumidores na qualidade e segurança dos alimentos que chegam à sua mesa.
Referências
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